quinta-feira, 31 de março de 2011

Cultura da Paz

CULTURA DA PAZ


A cultura de paz está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não violenta dos conflitos. É uma cultura baseada em tolerância e solidariedade, uma cultura que respeita todos os direitos individuais, que assegura e sustenta a liberdade de opinião e que se empenha em prevenir conflitos, resolvendo-os em suas fontes, que englobam novas ameaças não militares para a paz e para a segurança, como a exclusão, a pobreza extrema e a degradação ambiental.

Na atualidade, continuamos com inúmeros conflitos armados e lutas civis, que sacrificam vidas humanas em mais de 40 países. Outras fontes de tensão têm sua origem na deterioração do meio ambiente, no excesso de população, na competição por recursos de água doce, cada vez mais escassos, na desnutrição e na flagrante desigualdade econômica e social não só entre os países, como também internamente a estes, devido a em modelos de desenvolvimento concentradores de renda e excludentes.

Substituir a secular cultura de guerra por uma cultura de paz requer um esforço educativo prolongado para modificar as reações à adversidade e construir um modelo de desenvolvimento que possa suprimir as causas de conflito. No campo do desenvolvimento econômico é preciso passar da economia competitiva de mercado para um modelo de desenvolvimento mútuo e sustentável, sem o qual é impossível alcançar uma paz duradoura.

E falar em cultura de paz é falar dos valores essenciais à vida democrática. Valores como igualdade, respeito aos direitos humanos, respeito à diversidade cultural, justiça, liberdade, tolerância, diálogo, reconciliação, solidariedade, desenvolvimento e justiça social.



O Manifesto para a construção da Cultura da Paz convidava os cidadãos do mundo a estabelecer um compromisso individual em favor da dignidade humana e da convivência pacífica entre os povos, propondo seis princípios:

1) respeitar a vida;
2) rejeitar a violência;
3) ser generoso;
4) ouvir para compreender;
5) preservar o planeta e
6) redescobrir a solidariedade.

Marlova Jovchelovitch Noleto ressaltou que: “quando falamos em cultura de paz, referimo-nos a um desafio que consiste fundamentalmente em encontrar os meios para mudar valores, atitudes e comportamentos, visando promover a paz no sentido de justiça social, solução não violenta de conflitos, redução das desigualdades e ampliação dos canais de inclusão. Portanto, estamos nos referindo necessariamente à presença da participação da liberdade e da democracia.

(...) Promover uma cultura de paz demanda um amplo esforço de mobilização e
cooperação em todos os setores da sociedade: precisamos estabelecer parcerias capazes de articular um movimento que possa se sobrepor à violência em todas as suas manifestações – física, sexual, psicológica, econômica, social – e, sobretudo, àquela praticada contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis – as crianças, os adolescentes, os jovens, os grupos minoritários. Cada pessoa pode compartilhar seu tempo e seus recursos materiais com espírito de generosidade e solidariedade, visando ao fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica. (...) Cada um de nós pode contribuir para o desenvolvimento da nossa comunidade e para o respeito pelos
princípios democráticos que oferecem dignidade a todos e a cada um de nós.”
Cultura de paz: da reflexão à ação; balanço da Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo. – Brasília: UNESCO; São Paulo: Associação Palas Athena, 2010.
256 p

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